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A Cena do abraço

  Depois de longo período enfrentando uma pandemia que acabou ceifando milhares de vidas em todo o mundo, podemos avaliar a importância ou n...

 




Depois de longo período enfrentando uma pandemia que acabou ceifando milhares de vidas em todo o mundo, podemos avaliar a importância ou não, de muitas coisas em nossas vidas. É certo que boa parte das pessoas traçam planos e alimentam grandes sonhos para suas vidas. Mas, só agora podemos avaliar o quanto os pequenos gestos são tão necessários à cada um de nós. Estamos com saudades de nos abraçar; de sairmos juntos e ter mais contatos físicos com quem amamos. A pandemia nos forçou a manter um distanciamento físico e, por isso, nossa carência de convivência com as pessoas aumentou demais. Hoje, podemos avaliar melhor a importância de um abraço ou de um simples aperto de mão, sem cheiro de álcool.

Os meus irmãos do Congado cantam uma música que diz assim: 

“Um abraço dado, de bom coração; é mesmo que uma prece e uma bênção meu irmão”.  

Acho que, atualmente, todos concordam com essa verdade: Abraçar é aconchegar e acolher o outro e ser abraçado, é sentir-se acolhido nos braços, aconchegantes, do outro.

Ao ler o Evangelho de São Marcos (Mc 9, 30-37), o que mais chamou minha atenção foi a cena do abraço que Jesus deu em uma criança. Talvez, ela nem seja tão importante assim, no entendimento dos biblistas. Mas, nesse momento em que sentimos tanta falta de um abraço, confesso que tive inveja daquela criança. Abraçando o menino Jesus o acolheu com ternura de pai e pediu aos discípulos que imitassem a criança. Ele, naturalmente, não quis infantilizar ninguém. Apenas citou a criança como modelo de pureza e inocência; virtudes que perdemos na vida adulta.

O Evangelho não registrou a fala da criança e, talvez, ela nada tenha dito. Mas, fico imaginando o brilho do seu olhar ao ser abraçada por Jesus! Colada ao peito do mestre pode sentir o pulsar do seu coração pertinho do  coraçãozinho dela. Como não sentir uma certa inveja daquele menino que pode debruçar a cabeça sobre o ombro de Jesus e sentir os seus afagos?  Poderia ter experiência mais edificante do que ser abraçado pelo próprio Deus?

O exemplo da criança foi o mais adequado naquele momento que os discípulos discutiam grandezas. Eles sabiam que Jesus estava marchando em direção a Jerusalém e imaginavam que ele daria uma espécie de “golpe de estado” assumindo o governo civil. Caso isso acontecesse, era melhor que, desde já, discutissem qual a “pasta” caberia a cada um deles... Os discípulos estavam imbuídos de pensamentos interesseiros e egoístas. Essas coisas que tiram o sono dos adultos não interessam, minimamente, às crianças. Tudo o que elas querem é brincar e apreciar a beleza das coisinhas simples do dia-a-dia. Enquanto os adultos se enfartam por causa da subida do dólar, as crianças se alegram com o brilho fugaz de um vaga-lume...  Citando uma criança como exemplo aos seus discípulos, Jesus queria que eles fossem menos ambiciosos e menos preocupados com as coisas materiais.  Essas preocupações dos discípulos não chamaram a atenção de Jesus. Aliás, ele não dava a mínima para os reinos desse mundo. Sua preocupação estava em outro lugar, ou seja, o reino de Deus. Os discípulos ainda levariam um bom tempo para entenderem isso. E nós, será que entendemos, o quanto tudo é passageiro nessa vida? Será que não gastamos energias demais com preocupações materialistas que nada acrescentam à nossa vida espiritual? Pense nisso! Quem sabe você também poderá ganhar um abraço de Jesus...

Imagem de Rotaru Florin por Pixabay 

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